Palavras soltas...

(...) "Tenho aprendido muitas coisas nos últimos tempos. Uma delas é que jamais podemos deixar para amanhã um gesto de carinho, um sorriso verdadeiro, uma declaração de amor."

Confira a crônica completa clicando aqui.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O fim


Reerguendo-se.
A queda foi dura. Maior do que ele imaginava.
Machucou.
Quanto maiores os planos, os sonhos, maior também é a decepção por não ter dado certo.
Eis a vida.
Ele não se queixa por ter tentado e não ter conseguido.
Isso é mais natural do que se possa imaginar.
A frustração é por não ter tido a chance de tentar, de mostrar que poderia ao menos ter feito muito mais do que prometer.
A chance não foi dada.
Talvez a culpa tenha sido dele mesmo por não convencido a parte “desinteressada” a se interessar. A acatar a proposta. A viver esse sonho sem medo.
Mas, todos são livres.
Ninguém é obrigado a tentar viver nada com ninguém.
Ninguém tem a obrigação de querer fazer parte dos sonhos alheios.
Tudo vai passar.
Sempre passa.
Não existe nada que dure para sempre.
Nunca existiu.
Não é o tempo quem vai curar essa dor.
É ele, o cara que agora sofre, quem vai curar tudo...
É ele quem vai esquecer os bons momentos que, infelizmente, foram suprimidos pela desonestidade, mentira.
No fim, ele ouviu ter sido grosso. Ouviu que as palavras ditas no calor do momento, magoaram a outra parte. Mas, ainda assim, mesmo que aquela pessoa a quem ele se dirigia não merecesse tal preocupação, ele foi honesto... até o fim. Mesmo sabendo que mentir é muito fácil.
Mesmo naquele momento horrível de dor, ele aprendeu ou apenas se relembrou que sempre vale a pena ser verdadeiro.
A verdade é crucial para ele. Para a outra parte, nem tanto.
Sabendo disso. Tendo a certeza de que foi honesto até o fim, ele dormiu tranquilo, como a muito não dormia. Jantou, como não fazia a muitos dias.
Não sorriu.
Não chorou.
Apenas se lembrou de que conseguira cumprir a promessa de ser honesto, até o fim. Para ele, mesmo sem a reciprocidade de tal honestidade, isso bastou. Bastou para que ele levantasse e observasse suas olheiras, seu rosto mais magro por conta do jejum forçado dos últimos dias e ainda assim se animasse e sorrisse para si mesmo.
Não era forçado.
Era a certeza de que no fim, no balanço das perdas, quem perdeu não foi ele e sim a outra parte. Naquele momento ele enxergava isso.
No fim, ela perdeu. Ele estava certo disso.
Não. Ela não merecia tanto... era triste chegar a essa conclusão. Relembrou sua banda preferida... cantou.
Pensou. Relembrou-se mais uma vez de tudo. Quis, mas não conseguiu chorar. Talvez isso tudo não fosse digno de lágrimas tão sinceras...
(...)
Levantou-se novamente, abriu a janela.
Viu a chuva.
Ás lágrimas do céu.
É hora de acordar...
Para ele, ela morreu. E ele nunca foi de ficar relembrando os mortos.
A vida continua e ele ainda tem muito a viver. Muito a oferecer pro mundo.
Foi tentar...
Ser feliz!

Leia também. Clique e confira:

Esperando a chuva passar

Enquanto o ônibus não chega
Entre bocejos e cervejas

8 comentários:

Unknown disse...

"Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço vale mais que qualquer palavra…"

amigo, a gente sempre sabe, mas muitas vezes se deixa levar...

você merece tudo de bom, viu?
nunca se esqueça disso.

patrícia.

Anônimo disse...

Que lindo!!!!!!!! Triste, mas mostra uma pessoa madura, forte, que sabe enfrentar a vida de frente. Adorei.

Luciene Souza

Unknown disse...

Muiiito bom o conto, gostei mt,é triste mas é perfeito :)

Luciene disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciene disse...

Que lindo!!!!!!!! Mostra uma pessoa madura, forte, que sabe lutar pelo que quer, mas sabe a hora de parar. Adorei. Vc é +QD+.

T+

Delírios Literários disse...

Na verdade eu me frusto mais por colocar expectativas demais nas pessoas, querer e esperar demais e nunca ser do jeito que eu sonho.
Engraçado como as pessoas sempre dizem seguir os mesmos valores e na prática a história muda.
Adorei o texto Paulete.

Bj bj
e não deixe de entrar no http://delirios-literarios.blogspot.com/

Delírios Literários disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria Augusta disse...

Bonito texto. A vida é assim mesmo, mas o amor é pra sempre sim, às vezes, a capacidade de amar não seja. Mas o amor sim, não deixe de acreditar nisso nunca! A gente cai e sempre se levanta mais forte, é a lei da vida, se não, jamais evoluiríamos, jamais teríamos estórias para contar.
Abraços, parabéns pelo blog