Quem precisa da Polícia, aí?
Eu e minha família precisamos. E, acredito que você, caro leitor, e sua amada família também.
Até curto a
música, mas dizer que não precisamos seria mentira.
E porque precisamos, queremos uma polícia bem preparada, estruturada, eficiente e, acima de tudo, honesta.
Aliás, é assim que queremos todas as instituições, inclusive a educação, que anda uma vergonha aqui em Minas Gerais e – é o que eu penso – a culpa não é só dos professores.
Mas falemos da Polícia. Trabalhando no jornal, com frequencia recebo e-mails, telefonemas e até declarações pessoais de gente descendo a lenha na Polícia Militar. É gente dizendo que a polícia não prende bandido; que demoram atender às ocorrências; que são violentos e mal educados, etc.
Não quero e nem me atrevo a advogar a favor de ninguém. Mas acho que a grande maioria das queixas são infundadas e injustas, pelo menos do que diz respeito à Polícia Militar de Uberaba.
Gente, eu passo o dia todo acompanhando esses homens e mulheres em sua interminável guerra contra a bandidagem, contra o tráfico e a violência, todo tipo de violência. E, honestamente, eles ralam. Ralam muito.
Penso que não seja fácil o trabalho dos militares. Hoje em dia bandido não respeita mais nada. Estão cada vez com menos escrúpulos. Antigamente, bandido não entrava em igrejas para assaltar, temendo um castigo divino. Hoje, basta um segundo de bobeira e lá se vão os castiçais de ouro e cálices sagrados. E para quem não respeita nem mesmo Ele, o Todo-poderoso e Onipotente, desrespeitar um policial durante uma abordagem é fichinha.
Aí, num belo dia, o PM pede para que o bandido coloque as mãos para cima. Como resposta, recebe agressões, chutes e ameaças de morte. Ao avançar contra o militar, o bandido acaba alvejado na perna com um tiro. “Que policial covarde” dizem algumas pessoas. Então eu pergunto: covarde não é aquele bandido que acabara de roubar a motocicleta de uma estudante que estava indo trabalhar para conseguir o dinheiro e pagar sua faculdade? Covarde não é o bandido que joga a senhora de 70 anos ao chão para roubar dela a bolsa contendo a sua aposentadoria, que é uma miséria, mas é dela?
Posso até estar errado, mas essa história de direitos humanos deve ser revista. Nosso código penal precisa, urgentemente, ser alterado. Caso contrário, muitos vão entrar na onda e começar a acreditar que o crime compensa. Afinal, no fim o bandido ta virando mocinho e os “homi” tão sendo os vilões. Essa banalização do crime pode chegar ao extremo e, daqui a algum tempo nada mais será crime, logo, não haverá mais criminoso no mundo. Todo mundo será bonzinho e, por isso, a Polícia virará vilã de uma vez por todas.
Claro que ninguém gosta de ser abordado na rua e levar um baculejo. Eu não gosto. Mas faz parte do trabalho da Polícia e isso também demonstra competência por parte deles, prevenir, anteceder a ação criminosa. Ora, é através dos baculejos que se prendem muitos homicidas que estão soltos pelas ruas e têm em seu desfavor mandados de prisão! É algo necessário.
Vivo isso e posso dizer, tem cara que acha que só porque não é traficante, homicida ou assaltante ele tem direito de não ser correto em outros segmentos da vida. Por exemplo: o cidadão para em uma blitz. Lá, descobre-se que o cara não possui carteira de habilitação. Ora, se não tem ta errado. Tem que pagar multa. É lei. E o mesmo serve para o individuo que não usa cinto, que bebe e dirige (esse é o pior. Beber e dirigir é crime). “Ao invés de ir caçar bandido, ficam mexendo com trabalhador”, dizem alguns. Talvez meu argumento esteja errado, mas normalmente os bandidos possuem carros, motos e, por meio das blitze são muitas vezes pegos no pulo. Isso é “caçar” bandido. Lógico que muitas vezes quem cai na blitz não deve nada e, alguns policiais mal preparados, acabam fazendo besteiras. São seres humanos. Erram. Vão continuar errando. Eu erro, você erra, todo mundo erra!
É claro que existem policiais desonestos, corruptos e que bem poderiam ser chamados de bandidos. Mas também existem jornalistas assim; médicos, advogados, professores (é! Professores!) e tantas outras profissões. Aliás, isso não é um mal da profissão ou das instituições, é questão de caráter, e caráter cada um tem ou não tem o seu... E outra: em todos os segmentos, felizmente, existe mais gente honesta do que desonesta. Que bom.
Sei que eu não disse muita coisa nesse texto. Mas, no fundo, o que eu queria dizer é que ao invés das pessoas ficarem reclamando e procurando tantos defeitos, seria tão mais interessante enaltecermos as qualidades. É aquele negócio, se é para espalhar notícias, façamos isso com as notícias boas e que nos fazem evoluir...