Palavras soltas...

(...) "Tenho aprendido muitas coisas nos últimos tempos. Uma delas é que jamais podemos deixar para amanhã um gesto de carinho, um sorriso verdadeiro, uma declaração de amor."

Confira a crônica completa clicando aqui.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Faces de um domingo


Eis a vida. Enquanto numa esquina a multidão comemora a vitória do Brasil sobre os Estados Unidos, sagrando-se tricampeão da Copa das Confederações, realizada na África do Sul... na outra, quatro jovens envolvem-se em um acidente de carro – até então, sem explicações concretas.
Tudo que sei, é que neste domingo eu trabalhei o dia todo para produzirmos a edição da segunda-feira do jornal.
Pois bem, pela manhã, acompanhamos aos jogos do Campeonato Amador de Futebol local. Gols, belas jogadas, churrasquinhos, torcedores, crianças e picolés. Só alegria.
Ainda pela manhã, atendemos a um chamado do Corpo de Bombeiros dando conta que um operário caíra de uma altura de 12 metros, ferindo-se gravemente, quando trabalhava na construção de estrutura metálica para uma empresa no Distrito Industrial da cidade. Até o final da tarde, o estado de saúde dele era grave, porém estável. Informações repassadas pelos seus colegas de trabalho, dizem que o trabalhador utilizava todo o aparato de segurança, porém, após duas falhas, uma dele e uma do aparelho, o jovem de 25 anos despencou estrutura abaixo. Acidente.
No horário do almoço, que para jornalistas nunca é no horário do almoço, aproveitamos e emendamos para assistir ao jogo da Seleção Brasileira – até porque também somos filhos de Deus e Ele, diga-se de passagem, é brasileiro. 3x2, de virada (e que virada), Brasil Campeão.
Só uma observação: tudo bem, vivemos em uma democracia. Mas, aguentar uma moça torcendo – freneticamente – para os EUA foi dose. O bom foi que ao final da partida, tiramos uma casquinha e zoamos muito com a cara dela... Só alegria – Parte II.
Já na redação, quase fechando o jornal, eis que surge um chamado: motorista desgovernado causa acidente na avenida Doutor Odilon Fernandes, um quarteirão abaixo do jornal...
No local, as quatro vítimas do veículo estavam sendo socorridas. Enquanto isso, alguns moradores aproveitaram nossa presença para cobrar do governo municipal um pouco mais atenção com aquela via, a qual, segundo eles, vem servindo como pista de racha para jovens durante as madrugadas. “Vocês têm que colocar isso no jornal”, dizia uma senhora, inconformada com a situação.
Cinquenta metros para trás do lugar onde estava o carro acidentado, um outro veículo se encontrava em cima da calçada e sem a roda direita. De acordo com testemunhas, o condutor do primeiro veículo dirigia em alta velocidade, quando em determinado momento perdeu o controle, bateu de raspão em um terceiro carro, bateu em cheio na traseira do segundo veículo, arrancando e arremessando para longe a sua roda traseira esquerda e logo em seguida, invadido a calçada e parado rente a um muro.
Resultado: quatro feridos, um em estado mais grave. Pais e amigos das vítimas, como sempre, atordoados. Ninguém sabia de onde eles vinham e muito menos para onde iriam. O que se sabe, no entanto, é que uma festa não terminou só em alegria. Acidente – Parte II.
Moral da história: trabalhando ou festejando, nunca é demais zelar pela sua e pela vida do próximo...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Silêncio...


21 de junho.
Ao longo do tempo, muitos fatos históricos se deram nesta data. Muitas figuras históricas também nasceram neste dia. Foi no dia 21 de junho, por exemplo, que nasceu nosso escritor Machado de Assis. Para os franceses, a data é lembrada como o nascimento daquele que é considerado o maior jogador deles, em todos os tempos, Michel Platini. É no vigésimo primeiro dia do sexto mês do ano em que se comemora o dia internacional da música; a Igreja Católica celebra a memória de São Luiz Gonzaga, patrono da juventude. Para quem gosta de futebol: foi no dia 21 de junho de 1970, no México, que o Brasil conquistou o tricampeonato mundial, tornando-se o primeiro tricampeão do mundo e garantindo assim o direito de ficar para sempre com a Taça Jules Rimet.
No dia 21 de junho, tem-se a noite mais longa e o dia mais curto do hemisfério sul, onde está localizada nossa nação. É neste dia em que se tem o inicio do inverno, a estação do frio.
Foi em 21 de junho de 2009 que o mundo, através da velocidade da internet, presenciou a morte de uma voz. Uma voz que fazia parte de um coro. Um coro contra a injustiça. Neda Sultan, 27 anos, iraniana, estudante de filosofia, atingida no peito por uma bala disparada – não se sabe exatamente por quem – quando participava de um protesto contra o resultado da eleição presidencial daquele país.
O rosto ensanguentado da jovem foi mostrado em todo o Planeta. Seu sangue, pode motivar ainda mais a libertação das mulheres e de grande parcela dos cidadãos daquela nação. Porém, neste caso, a tirania teocrática, calou uma voz. Mais uma voz. Deplorável. Triste.
O nome da jovem significa “voz” ou “chamado” no idioma persa. Sim, uma jovem que estudava filosofia, ciência que estuda a razão, a sabedoria, buscando aprender a realidade em sua totalidade, foi morta por aqueles que parecem viver fora da nossa realidade. No lugar troca de ideias, como acontece nas grandes correntes filosóficas, uma troca injusta: um grito de socorro e de insatisfação é trocado, calado, por um tiro no peito. Silêncio.
Ainda não se sabe se o presidente “eleito” Mahmoud Ahmadinejad continuará no poder ou se a eleição será revista. O que se sabe, porém, é que gente inocente está morrendo por conta de um governo inescrupuloso e que não tem a menor noção do que é respeito à vida. Mártires morrem por uma causa apostando que esta causa prevalecerá - isto, sempre visando o bem comum: que assim seja com a "voz" de Neda Sultan.

Trocas *


Éramos seis competidores. A corrida estava prestes a começar. Todos concentrados. A plateia não se calava. Torcia! E nós, atletas da tradicionalíssima corrida no saco, não contínhamos a adrenalina. Eu suava. O saco que eu utilizava era de batata. Pinicava! Mas, isso não poderia me abalar. Havia treinado durante todo o final de semana para esse dia. O dia em que eu venceria a corrida no saco, no educandário onde estudava. Olhei para um lado e para o outro e não a vi. Mas, sabia que ela estava ali. Ela sempre estava.
Após o apito, todos largaram. Cada um tentando pular mais rápido e distante do que o outro. Eram vinte e cinco metros de percurso. Aliás, vinte e cinco longuíssimos metros. Eu sabia que tinha condições de vencer. E venceria! Eis que olho para os lados e não vejo nenhum dos outros cinco “puladores”. Estava no papo, pensei comigo. Faltavam apenas alguns três ou quatro pulinhos e, enfim, a consagração.
Então, caí! Caí e fui para um dos piores lugares do mundo, para uma criança que queria vencer. Caí direto para a derrota.
Com a mão suja, o rosto sujo, até a língua suja, chorei. Raiva! Queria e precisava vencer. Levantei minha cabeça e, de repente, aquela mão veio de encontro à minha. Era tudo o que precisava. Era minha mãe! Ela sempre esteve e está comigo.
(...)

Acompanhando os jogos das categorias Infantil e Juniores da Liga Uberabense de Futebol, imagino que cada um dos atletas deve ter a mesma necessidade que eu tinha. A presença de alguém que, só de estar ali, dará uma força. Esse alguém, na maioria dos casos, são nossos pais.
Porém, fazendo as contas e olhando bem para as arquibancadas, percebo que nem todos esses atletas têm essa dádiva. Nem todos têm um pai berrando da arquibancada, gritando com o juiz por não ter marcado uma falta em cima do seu filho, ou simplesmente ali, quieto, torcendo, exercendo o seu papel de pai ou de mãe.
Para os filhos, os pais são heróis. Mais heróis do que o Homem Aranha ou o Batmam. Para os filhos, as mães são heroínas. Elas são tudo de bom. Nem a melhor receita do Programa da Ana Maria Braga compete com o arroz, feijão e bife da nossa mãe. Aliás, nada compete.

Por isso, penso que é tão importante essa presença. Acredito que não custa nada levantar no domingo de manhã, para ir ver o filho jogar futebol. É o sonho dele. E, na maioria das vezes, os sonhos dos pais têm muito valor para os seus filhos. Um exemplo: meu filho diz querer ser jornalista porque eu escolhi essa profissão. Se ele, hoje com cinco anos, diz isso para me agradar, só o tempo dirá. Mas, mesmo se ele diz para me agradar, isso é louvável. Então, por que não posso também fazer algo para agradá-lo, como ir assistir aos seus primeiros chutes na bola?
Isso é troca. E trocar amor é bom. Trocar presença é trocar amor.

Você, pai ou mãe, pode ir ao jogo com seu filho e, em troca, receberá um olhar de gratidão, que no fundo diz “que bom que você está aqui”.
Vai lá. Experimenta. Vocês vão gostar.
Aos filhos, um recado: chamem seus pais. Mostrem a eles que suas presenças são importantes, indispensáveis.
Aos pais, outro recado: torçam com limites. Se seu filho errar um gol, sorria para ele, ofereça-lhe apoio, dê força. Se o juiz errar, pode esbravejar, mas com limite, pois, com certeza, seu filho estará escutando tudo o que você diz.
No mais, sejam felizes e bom final de semana a todos!
(*) Originalmente publicada no Jornal da Manhã do dia 17 de abril de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009


Ah, o amor...

Em muitas conversas com amigos, sobretudo em mesinhas de butecos e até lanchonetes da faculdade, a gente tenta explicar, entender, descobrir o que é o amor. Difícil. Aliás, o amor é complicado e, muitas vezes, cruel. Cruel porque, de todos os seres, apenas o ser humano ama, e tudo que vem do humano, tem a triste tendência de se estragar, acabar – tornar-se humano demais.
Falando nisso, um dias desses, eu lia sobre o tal do amor platônico que, segundo o livro, é uma expressão usada para designar um amor ideal, alheio a interesses ou gozos. No sentido popular, o Love Platonic, pode ser um amor impossível de se realizar, perfeito, ideal, puro, casto!
Estranho né? O amor ideal é, ao mesmo tempo, impossível!
Pois bem. Amor ideal, pelo que aprendi em meus poucos anos de vida é o amor entre pais e filhos – sobretudo o dos pais/mães pelas suas crias. E olha que não é difícil ver muitos absurdos por aí, como mãe jogando filho em lixo e pai estuprando filha. (...)
Contudo, no mesmo livro, é revelado que isso não passa de uma má interpretação da filosofia de Platão, ao vincular o atributo “platônico” ao sentido de algo existente apenas no plano das ideias. Para o filósofo, “Ideia” não é uma cogitação da razão ou fantasia e sim, a realidade essencial.
O amor em Platão é falta. Neste caso, o amante busca no amado a ideia – verdade essencial – que não possui. Quando isso acontece, supre a falta e se torna pleno. (...) Sim, a pessoa fica perfeita.
Mas, não foi para filosofar que me dediquei a escrever, hoje. Quero mesmo falar “daquele” amor. Aquele que nos faz fazer tudo que não deveríamos, mesmo sabendo que não deveríamos. Isso é amor, pra mim. Amor é loucura.
Amores impossíveis, na verdade, são os mais verdadeiros, sinceros. Talvez, por isso são impossíveis. Amor é sonho.
É comum a gente se apaixonar por quem não deveria. Muitas vezes, amamos que não merece ou não está aberto para tanto sentimento. E, tantas outras, amamos sem querer amar e por isso queremos amar ainda mais. Entendeu? Não? Explico: quanto mais você não quer, mais vontade dá. Coisa de gente apaixonada. O amor é complicado.
Em todos os casos citados acima, tudo o que a gente quer é reciprocidade. Infelizmente, poucas vezes ela acontece. Ora a pessoa é comprometida; ora ela também já tem um amor impossível; e, ora, ela simplesmente não te quer. Fazer o quê? É a vida. Mesmo sendo um sentimento, muitas vezes, o amor é racional demais.
Seja qual for a alternativa, muitas das vezes, a gente sofre um pouco. É muito ruim não ser correspondido. É muito ruim ter planos para alguém e esse alguém não querer fazer parte deles. É ruim não ser amado por quem a gente ama ou se apaixona. Mas, pior do que tudo isso é não amar. É bom amar.
É bom correr riscos e fazer coisas que você jamais faria. É bom enfrentar o mundo por acreditar em algo, em alguém. É bom sorrir de coisas aparentemente tolas, mas que passam a ter graça e importância pelo simples fato de uma pessoa estar ao seu lado. Até jogar Jogo da Velha passa a ser a coisa mais divertida do mundo, desde que seja com “aquela” pessoa. Não há nada que se compare ao sorriso de alegria da pessoa amada ao receber um carinho, um presente ou simplesmente sua atenção. É bom, muito bom, conquistar um grande amor. É melhor ainda reconquistar esse amor todos os dias. É bom ter a quem dar colo, é bom receber colo do seu amor. Sim, é bom amar.
Mas, infelizmente, por não saber amar, nem sempre iremos perceber tudo isso.
Amor não se procura ou caça. Ele simplesmente vem. Mesmo sem querer. Não há definição para tal sentimento. O que importa, de verdade, é vivê-lo – intensamente. Não perca tempo procurando um amor em sites de relacionamento. Não perca noites de sono pelos simples fato de estar sozinho. Pelo contrário: durma bem e acorde motivado, sorridente para que, ao ver seu sorriso, “aquela” pessoa se encante, se apaixone, e o amor passe a ser a única e mais importante semelhança entre vocês dois.
É isso!

Chegando...


Olá!
Eis que lhes apresento o meu "Infinito Particular".
Infinito porque tenho certeza de que ninguém nunca me conhecerá por inteiro.
Particular porque somos únicos.
Quero utilizar este espaço para escrever sobre tudo. Tudo mesmo. Quero expor ideias e trocar ideias.
Claro: eu quero saber o que se passa na ideia de cada um que vier por aqui.
Sejam bem vindos. Entrem, leiam, critiquem, comentem e fiquem a vontade para expor suas opiniões em cima da minha exposição de opiniões.
Vai ser legal!