Palavras soltas...

(...) "Tenho aprendido muitas coisas nos últimos tempos. Uma delas é que jamais podemos deixar para amanhã um gesto de carinho, um sorriso verdadeiro, uma declaração de amor."

Confira a crônica completa clicando aqui.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Devaneios...



(...)
Até parecia esse tal Déjà vu. Mas, não era.
Apesar disso, ele estava naquele mesmo teatro. Escolheu exatamente a última cadeira do lado direito, localizada na última fila. Lá em cima.
Era tudo exatamente igual como a última vez em que ele estivera ali.
Apenas as companhias eram diferentes.

Como o tempo passa. – Pensou consigo.
Lembrou-se daquele dia. Uma palestra horrível sobre lideranças. Papo chato mesmo. Só foi porque valia ponto para a faculdade. Além disso, ela estaria lá.
Do seu lado esquerdo, ninguém. Apenas o corredor.
Já a sua direita, ela. Linda. A sua paixão platônica. O seu amor impossível. O seu sonho. Só sonho.
Mesmo no escuro, ele a admirava. Escutava cada palavra dita por ela. Percorria, sem que ela percebesse, cada contorno do seu rosto. Admirava aquela beleza particular. Assim, em seu universo particular, ele sonhava.
Brincavam como dois adolescentes. Apesar de amigos, ela sabia o que ele sentia. Ele, por sua vez, sentia.
E assim, do nada, de repente, o moço decidiu.
Quis tocar aqueles lábios com os seus. Quis experimentar, ainda que por uma fração de segundos, o gosto daquela boca.
E, como adolescente, roubou dela um selinho.
Um selinho!
Tudo bem... Mas, só lembrando a todos: são os selinhos nas cartas que fazem as correspondências chegarem aos seus destinos.
Assim, o selinho roubado pode, quem sabe, ter feito alguma coisa chegar ao coração da moça, da mulher, da menina-mulher que ele tanto adorava.
Assustada, ela ficou imóvel. Sem graça. Mas parece ter gostado. Isso, nunca se vai saber.
Quanto a ele, apesar de ter sido tão pouco – um selinho apenas – sentiu-se como se tivesse ganhado o dia ou um presente de muito valor. Não ganhou. Na verdade, roubou.

(...)

Mas agora, o show iria começar.
Ficou ali, olhando os atores no palco e relembrando aquelas cenas ainda tão vívidas em seus pensamentos.
Sonhando.
Pensando na música.

Nenhum comentário: