Palavras soltas...

(...) "Tenho aprendido muitas coisas nos últimos tempos. Uma delas é que jamais podemos deixar para amanhã um gesto de carinho, um sorriso verdadeiro, uma declaração de amor."

Confira a crônica completa clicando aqui.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dança


O povo de hoje é meio bobo.
Os meninos são tolos.
Na festa, com a música, só dançam de longe, de costas, de lado! Mas não dançam juntos.
Aquela dança boa, quando o casal dança agarradinho quase não se vê mais. Juntos do dedão do pé ao último fio de cabelo. Tão juntos que ali, entre o casal, não passa nem pensamento! Aquela dança, quase não existe mais...
Mesmo sem ser um dançarino e viver pisando nos pés da parceira, dancei assim há uns dias atrás. Dancei com uma garota linda! Dançamos por muito tempo, sozinhos, na varanda, longe de todos e de tudo. Dançamos até quando a chuva resolveu fazer parte da festa. Dançamos, depois, embaixo da chuva. O ritmo da música ditava o ritmo dos pingos... os corpos molhados, quentes, porém, se aproximavam ainda mais. E que perfume era aquele?
Dançar assim de pertinho é muito bom! Principalmente quando a música está alta! Quando mais alto o volume, melhor. Assim, ao invés de gritar na cabeça do outro, como acontece nessas tais raves, a gente sussurra. Cada palavra provoca uma sensação, um arrepio, um sorriso e até encabula...
É muito bom.
Quando a música acaba e pede que os corpos se afastem é hora de partir. Eis o momento de continuar a festa em outro lugar, porém, mais de perto, com sussurros, arrepios e novas sensações. As notas, acordes, arranjos são trocados por outros sons, outros prazeres, outros sussurros... sorrisos.
E assim, a dança termina com dois corpos entregues ao prazer. Quando se vê, perdeu-se a noção do tempo. De longe é possível ver a dança dos astros e estrelas. A lua dando lugar ao sol, que, dançando lentamente, chega para aquecer e iluminar mais um domingo do outono.
É isso.

Nenhum comentário: