Palavras soltas...

(...) "Tenho aprendido muitas coisas nos últimos tempos. Uma delas é que jamais podemos deixar para amanhã um gesto de carinho, um sorriso verdadeiro, uma declaração de amor."

Confira a crônica completa clicando aqui.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Até a próxima vez...


E de repente, assim, do nada, uma pessoa querida parte... desaparece... morre.
Mas não acaba!

As pessoas só deixam de existir quando nelas deixamos de pensar...!!!

Ontem perdi um grande amigo. Aliás, um irmão. Uma daquelas pessoas que você tem certeza de que sempre vai fazer parte da sua vida ainda que ele já não esteja viva, entre nós.
(...)
Quando crianças, roubávamos goiabas no vizinho; soltávamos pipa no campinho atrás da minha casa; brincávamos de bete no meio da rua (era muito bom jogar bete no meio da rua); estudávamos juntos; éramos juntos; éramos amigos.

Crescemos e tudo mudou, menos nossa amizade.
A amizade é imortal.
Juntos, curtimos nossas primeiras farras, tomamos nossos primeiros porres; aprendemos a torcer por algum time de futebol – eu para o Flamengo e ele para o Palmeiras – e ainda assim torcíamos um pelo outro. A alegria dele era minha alegria e vice-versa.
Se bem me lembro, ele estava na pracinha no dia em que eu dei meu primeiro beijo na boca. Era uma garota linda – pra mim – e ele estava lá, me dando força para que eu superasse minha timidez. “Vai lá! Vai fundo! Aproveita!” Ele me dava coragem.
Eu estava lá, ao lado dele, no dia em que sua mãe partiu ao perder a guerra contra um câncer. Eu não sabia o que falar, não sabia o que dizer para confortá-lo... mas eu estava lá.
(...)
Ai, de repente, assim, do nada, recebo a notícia de sua morte. Aos 26 anos ele morre! Sadio, cheio de planos, trabalhador e sonhador. Tudo acabou. Tudo vira nada.
Uma tragédia. Um acidente na rodovia.
As pessoas ficam querendo encontrar explicações, culpados. Mas do que adiantará se descobrirmos o culpado, o motivo? Ele se foi. Não volta mais. Seu corpo, que é só carcaça, acabou. Mas ele, a lembrança dele, é imortal. Vai viver sempre dentro de mim e de todos os que o amavam.

Amizade é amor.

Preferi não vê-lo dentro do caixão. Já não concordo com a ideia de velórios e, neste caso, fui mais contra ainda. Não é aquela imagem, aquele corpo todo machucado, com marcas da tragédia, triste, que eu quero ter na minha lembrança.
Quero, isto sim, lembrar de todas as nossas tardes juntos. Nossa amizade. Lembrar do tempo em que nossa única preocupação era arrumar alguma brincadeira. Lembrar do tempo em que mexíamos com o doidinho catador de papel que passava na rua só para vê-lo correndo atrás da gente com um pedaço de pau na mão. Lembrar do dia em que ele me ligou para que eu fosse o primeiro a saber que ele havia conseguido passar no vestibular. Lembranças.
Lembrar da última vez em que nos vimos, na semana passada, quando eu estava meio triste e ele estava ali, prestando atenção em cada palavra minha, me ouvindo, me ajudando mesmo sem saber como. Sendo meu amigo. Estando ao meu lado. Lembrar da última frase que ele me disse... “Fica bem, irmão”.
Lembrar dos sorrisos, da alegria, da vida. Lembrar até mesmo das nossas brigas, pois amigos brigam, também...
Esquecer a morte. Esquecer a partida. Esquecer a dor.
Promover a alegria. E assim ter a certeza de que aproveitamos cada momento juntos. Vivemos ao extremo essa tal amizade!

Não sei se é real a história do paraíso, do céu, dos anjos... não sei para onde ele vai e o que vai acontecer agora que ele morreu. Não sei. Isso não importa. O que importa é que aqui, dentro da minha memória, ele é imortal e jámais irá morrer.
Como bem nos lembra a canção: "...quem conheceu um amigo não morre jamais!
Amizade é infinita. E cada um tem seu Infinito Particular... No meu infinito, meu universo, os que amo nunca morrerão.

Vai em paz, amigo!


PS.: Em momentos assim, sou falho, me faltam palavras e nem sempre consigo expressar o que estou sentindo. No fim, porém, o resumo da ópera é que devemos aproveitar cada momento ao lado dos que amamos e dos que nos amam... a vida é curta, efêmera. Mas é vida e deve ser vivida.
Evite sofrimentos. Não faça ninguém sofrer e não permita que te façam sofrer. Não nascemos para sofrer. Ninguém merece sofrer. Nascemos todos com um propósito em comum... viver e ser felizes. Assim, acreditando nisso, a alegria do que foi vivido sempre será maior do que a tristeza que nos invade no momento da morte.




“Força Sempre”

5 comentários:

Anônimo disse...

oi paulo, que amigo foi esse que você perdeu? o que houve?
espero que fique bem. um abraço.


Patrícia Salge

Juliana disse...

Também nunca sei o que dizer nessas horas, mas estou aqui, sempre, para o que precisar... Beijo.

mo.rafaella@gmail.com disse...

bom... acho que dessa vez, eu falei no momento certo, nao sei se a coisa certa, mas em outro lugar... só queria te lembrar ou pedir pra vc lembrar, que todos, todos mesmo, estamos sempre por aqui. lembre se disso... e sinta saudade, mas não tristeza. tristeza, jamais.

Maria Gabriela Brito disse...

Nossa fiquei super triste quando li pelo e-mail q vc mandou....

O Força smpre de hoje vai pra vc!

bjos

Jaki Barbosa disse...

Oi Paulo!
Espero que fique bem. Apesar de isso parecer meio difícil. Também senti a dor de perder alguém muito querido esta semana.
Dói. Fisicamente.
Infelizmente não tive oportunidade de abraçar essa pessoa antes de ela se ir. Mas a imagem de um corpo morto em um caixão não deve ficar na minha cabeça...
Ha
é estranho!
té mais