Palavras soltas...

(...) "Tenho aprendido muitas coisas nos últimos tempos. Uma delas é que jamais podemos deixar para amanhã um gesto de carinho, um sorriso verdadeiro, uma declaração de amor."

Confira a crônica completa clicando aqui.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Depois do fim



Parecia mais um simples caso de dois conhecidos andando pela rua e que de repente se reencontram.
Parecia. Só parecia. Não era bem assim.
Agora, da parte dele, um simples “olá”. Dela, um desvio de olhar.
Constrangimento.
Aquela situação, aquele momento, não era só mais um caso corriqueiro de duas pessoas que se conhecem e, por acaso, se esbarram.
E pensar que em um passado não muito distante, o que se via entre ambos era mais um caso de amor imortal. Declarações mais do que apaixonadas, todas elas recheadas com os beijos mais sinceros e os carinhos mais ardentes. Era, de fato, uma paixão bonita de se ver e, acima de tudo, de se viver.
No entanto, imortais, agora, são apenas as lembranças.
O amor entre o casal, por ser efêmero, acabou.
Agora, apenas um “olá” com o rosto ardente e ruborizado. Agora, apenas um desvio de olhar envergonhado. Passos apressados, apesar de vacilantes, para fugir logo daquela situação.
Nem um olhar para trás. Nem um sorriso, um abraço ou um simples aperto de mão de duas pessoas que, apesar do fim da relação, ainda nutrem um pelo outro o carinho sincero de quem um dia viveu um amor verdadeiro. Afinal, não é porque chegou ao fim que o amor não era sincero, real.
É mais natural o fim de um amor do que o nascimento de uma paixão verdadeira. Parece triste e trágico, mas é assim.
Não precisamos de muitos motivos para nos apaixonar. Mas, por outro lado, às vezes deixamos de amar mesmo sem ter um motivo sequer.
Com ou sem motivo, o amor entre os dois acabou. Com ou sem motivo, ambos se machucaram, se magoaram, se desencantaram. Sorrisos foram trocados por lágrimas. Incentivos deram lugar a cobranças. A confiança perdeu a disputa com o ciúme. E o amor cedeu, por ser amor e não querer guerra, à paz – às vezes saudável – que só a solidão pode oferecer.
Hoje, porém, quando eles se cruzaram, trocaram olhares e sensações, a história foi alijada. No seu lugar, um “olá” e um desvio de olhar.
Vida que segue.

4 comentários:

Luciene disse...

"Todos os dias morre um amor...
Às vezes de forma lenta e gradativa,quase indolor,após anos e anos de rotina.
Às vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos.
Pode morrer em uma cama de motel ou simplesmente em frente à televisão de domingo.
Morre sem um beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com um gosto salgado de lágrima nos lábios.
Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, diálogos cada vez mais resumidos, de beijos cada vez mais gelados...
Morre da mais completa e letal inanição!" Autor desconhecido.

Flávia disse...

como sempre amei o texto, isso tem tanto a ver comigo :/ PARABÉÉNS Paulo

Aline Ferreira disse...

Eu concordo com quase tudo que vc escreveu.
Ficou lindo.
Acho q na maioria das vezes é imaturidade por parte dos dois ou de um. Depende muito do que aconteceu, mas eu n vejo motivo para o casal n poder ser amigo depois que termina um relacionamento.
mas, como vc me disse um dia desses: é preciso esperar, ter calma q as coisas se ajeitam.

Bjo. Ficou lindo Fernando

Jennifer disse...

Que texto triste!
:(

Seu talento é incrível e envolve a gente, pois faz sorrir, chorar, emocionar.

Parabens!!!!!!!!!!!